domingo, 6 de janeiro de 2019

Os Reis, a Befana e o presente esquecido

Belchior, Gaspar e Baltasar, no seu caminho para visitar o Neonato, repousaram na casa de uma velha senhora que, por ser solitária e viver em uma casa isolada, era tida como bruxa e, para passar o tempo tricotava meias. Esta senhora era meio amarga, talvez por conta da solidão dos anos, talvez por ser considerada diferente, talvez por não ser tão bela como as outras pessoas da aldeia, talvez... talvez....

De qualquer modo, esta senhora, naquela noite especial, resolveu abrir a porta para aqueles simpáticos viajantes. Por certo ela sentiu que eram pessoas especiais, verdadeiros magos como ela era somente considerada. E para completar mais um "talvez" na vida desta senhora ela talvez pensasse que pudesse absorver deles a magia necessária para ser vista de outro modo e ser mais aceita entre os seus iguais.

A noite se passou e a velha senhora começou a realizar que na verdade não obteria muita coisa daquela visita e resolveu fechar novamente a cara para os forasteiros.

Eles, entretanto, com foco na sua missão especial, não se deixaram influenciar pela amargura da senhora e lhe retribuíram com sorrisos e gratidão. E, no meio do desjejum do dia da partida resolveram lhe revelar para onde iam e o que iam fazer.

Aquela revelação provocou na senhora um efeito mágico. Com os olhos brilhando de emoção ela pediu aos magos que levassem um presente ao Menino Deus: uma das meias que ela havia acabado de tricotar. E assim se foram os magos, que não eram reis, com quatro presentes para o pequeno bebê: incenso, mirra, ouro e uma meia de lã.

E a lenda da Befana que, principalmente na Itália, desce à terra para encher de doces as meias das crianças foi passada de geração a geração.