Trabalhar com limites de tempo muitas vezes é um ótimo instrumento para treinar a nossa mente para a criatividade espontânea. Às vezes, quando temos muito tempo para fazer algo, postergamos a tarefa para o último minuto e acabamos por ter um resultado insatisfatório.
Escrever é um processo. Muitas vezes temos o dom, mas somente a prática leva à perfeição. E a prática necessita de um estímulo. Esse estímulo pode ser visual, olfativo, auditivo, sensitivo ou, como no meu caso, limitativo. Quando tenho um limite certo e curto para realizar algo, a coisa flui com mais energia e força.
Para demonstrar na prática o que estou falando, participei uma vez de um concurso on-line que nos dava uma imagem e 15 minutos para criar algo em cima daquilo. De um desses exercícios saiu o pequeno conto que transcrevo abaixo. A imagem era de um pescador sentado à beira de um lago azul e sereno. Chamei o texto de Pescador:
"Lá está ele novamente. Semana após semana ele vem e com aquela vara longa tenta me pegar. Eu sei que é comigo porque eu vi nos seus olhos, por baixo do boné que ele usa. Ele é chamado de pescador. Eu o chamo de Deus. Ele tem o poder da vida e da morte, por isso que lhe dei esse nome.
Mesmo assim, ele é bom. Eu já vi alguns maus vindo com redes grandes e levando as crianças e as senhoras sem nenhum discernimento. Mas este aqui não é assim. Ele se parece um pouco com Aquele que veio há séculos atrás. Eu li sobre Ele no Livro dos Peixes. Ele era poderoso e nosso povo pulava nos barcos ou aparecia do nada somente com um comando Dele. Ele também era um pescador. Mas Ele era um pescador de homens e almas.
Uma vez eu vi este aqui devolver um peixinho ao mar. Era uma sardinha que não acreditou nas palavras sábias dos velhos peixes e comeu aquele pedaço de carne pendurado da vara do pescador. Então o Deus o pegou cuidadosamente e exercendo seus poderes de perdão retornou-o ao mar. Eu fiquei surpreso com isso e daquele dia em diante o pescador ganhou minha admiração.
Até o dia em que o vi pegando o Bolhas Velhas e não o devolvendo. Ao invés, Bolhas Velhas foi parar em uma cesta e nunca mais o vimos. Foi horrível. Passei dias e dias pensando sobre aquilo e finalmente desisti e perguntei ao Sr. Tubarão porque o pescador havia agido daquela forma. Ele então me disse que foi o Bolhas Velhas que havia escolhido aquela maneira de ir. "Este é boa pessoa", disse-me o Sr. Tubarão, "o Bolhas Velhas terá um ótimo lugar no Paraíso dos Peixes."
Toda semana ele vem e toda semana eu estou aqui à espera dele. Ainda não é tempo. Eu sei disso e ele também o sabe. Ele vai jogar a linha e esperar. Ele sabe que eu o estou observando. Ainda sou jovem e ele também o é. Ambos temos paciência."
Quando trabalhamos com tempo limite, nem sempre conseguimos algo satisfatório na primeira vez. Talvez nem na segunda ou na terceira, ou nem sempre, mas com certeza treinamos o nosso cérebro a criar com rapidez e criatividade. Experimente, vale a pena.
Até a próxima,
Stanze
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
O gênio da criatividade
Hoje deixo o Inspiracionando nas mãos (ou palavras) de Elizabeth Gilbert, autora do mega sucesso Eat, Pray, Love (Coma, Reze, Ame). A escritora fala sobre a genialidade e a pressão que existe nas pessoas criativas a manterem sempre o sucesso alcançado.
Elizabeth tem um humor fino e levanta pontos interessantes (com opção de legendas em português - clique em view subtitles e escolha português). Aproveite e deixe seu gênio chegar!
Até a próxima!
Stanze
Elizabeth tem um humor fino e levanta pontos interessantes (com opção de legendas em português - clique em view subtitles e escolha português). Aproveite e deixe seu gênio chegar!
Até a próxima!
Stanze
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Nuvens de palavras
Procurando uma matéria para escrever o artigo de hoje, achei no blog de uma amiga e professora de literatura norte-americana um link para o Wordle. O Wordle é um instrumento acessível on line e de graça que permite gerar "nuvens de palavras" extraídas de textos. Você pode inserir textos próprios, textos de um site ou até mesmo um nome de conta do del.icio.us e o programa destacará as palavras mais proeminentes formando um design que pode ser adaptado e redesenhado pelo usuário.
E qual a vantagem de tal instrumento? Além do visual interessante o Wordle pode facilmente servir de inspiração para a criação de novos projetos. Do destaque dado às conhecidas palavras uma nova e diferente idéia pode surgir. E que tal experimentar uma obra em conjunto? Junte vários textos, escritos por diferentes pessoas e, a partir das palavras em destaque, crie algo novo.
Com tudo que escrevi acima criei este Wordle:
Se quiserem tentar é super divertido. Liberem a imaginação e brinquem com as palavras no Wordle .
Até a próxima,
Stanze
E qual a vantagem de tal instrumento? Além do visual interessante o Wordle pode facilmente servir de inspiração para a criação de novos projetos. Do destaque dado às conhecidas palavras uma nova e diferente idéia pode surgir. E que tal experimentar uma obra em conjunto? Junte vários textos, escritos por diferentes pessoas e, a partir das palavras em destaque, crie algo novo.
Com tudo que escrevi acima criei este Wordle:
Se quiserem tentar é super divertido. Liberem a imaginação e brinquem com as palavras no Wordle .
Até a próxima,
Stanze
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Círculo do Livro
Estou lendo esta semana um dos milhares de livros que adquiri através do antigo (e extinto) Círculo do Livro. O livro se chama Médicos em Perigo de Frang G. Slaughter. A história conta a trajetória de um médico recém-formado, com experiência em microcirurgia, que é convidado a fazer parte de uma clínica especializada e que possui clientes de elite. O romance lida com ética, ambição e drogas. Ainda estou na metade do livro mas até agora é interessante.
Pegando o livro nas mãos e apreciando a capa dura, o design e a qualidade do papel resolvi dedicar este texto de hoje ao Círculo do Livro.
O Círculo do Livro, para os que não o conheceram, era uma editora e clube literário que distribuía a seus sócios, a cada 3 meses, um catálogo com todas as publicações em oferta, a preços super acessíveis. O sócio tinha como única obrigação pedir pelo menos um livro nesse período.
Eu me lembro com muita saudade do prazer que eu, minha tia, minha avó e meu pai tínhamos ao folhear a revista e marcar com cruzes, quadrados, iniciais, os livros que iríamos pedir. Grande também era a expectativa de esperar pelos correios aquele pacote cheio de mundos novos, misteriosos, engraçados, intrigantes, que chegava até nós. Sortudo era quem estava em casa nessa hora e abria o pacote em primeira mão, recebendo a tarefa de distribuir os livros a seus respectivos donos.
O Círculo do Livro era uma maneira fantástica de estimular a leitura e, de certa forma, "obrigar" as pessoas a lerem. É óbvio que atualmente existem clubes dos livros, catálogos, livros com preços acessíveis, mas acredito que a "obrigação" de comprar um livro fazia com que a leitura se tornasse - de forma saudável - também obrigatória.
Eis aqui imagens de alguns dos livros que adquiri através do Círculo:
E vocês, também têm livros e saudades do Círculo?
Até a próxima,
Stanze
Pegando o livro nas mãos e apreciando a capa dura, o design e a qualidade do papel resolvi dedicar este texto de hoje ao Círculo do Livro.
O Círculo do Livro, para os que não o conheceram, era uma editora e clube literário que distribuía a seus sócios, a cada 3 meses, um catálogo com todas as publicações em oferta, a preços super acessíveis. O sócio tinha como única obrigação pedir pelo menos um livro nesse período.
Eu me lembro com muita saudade do prazer que eu, minha tia, minha avó e meu pai tínhamos ao folhear a revista e marcar com cruzes, quadrados, iniciais, os livros que iríamos pedir. Grande também era a expectativa de esperar pelos correios aquele pacote cheio de mundos novos, misteriosos, engraçados, intrigantes, que chegava até nós. Sortudo era quem estava em casa nessa hora e abria o pacote em primeira mão, recebendo a tarefa de distribuir os livros a seus respectivos donos.
O Círculo do Livro era uma maneira fantástica de estimular a leitura e, de certa forma, "obrigar" as pessoas a lerem. É óbvio que atualmente existem clubes dos livros, catálogos, livros com preços acessíveis, mas acredito que a "obrigação" de comprar um livro fazia com que a leitura se tornasse - de forma saudável - também obrigatória.
Eis aqui imagens de alguns dos livros que adquiri através do Círculo:
Até a próxima,
Stanze
domingo, 1 de agosto de 2010
6 Quilômetros de Livros
Esta semana deixei propositadamente de escrever o Inspiracionando na sexta para escrevê-lo hoje, após minha visita à feira de livros de Deventer, a maior da Europa!
A minha aventura começou às 10:00 da manhã ao pegar um trem lotado em um Domingo ensolarado. Só isso já dá uma idéia do quanto a feira e os livros atraem as pessoas. Fico feliz. Há gente de todas as idades, algumas com sacolas e outras com malas que voltarão para casa cheias de livros.
Além da feira, a cidade de Deventer também atrai por suas construções bem trabalhadas.
Em 6 quilômetros de cidade, à beira do rio, estendiam-se 878 estandes de livros dos mais variados, de revistas em quadrinhos a livros de bolso, de romances da Barbara Cartland a clássicos antiquíssimos (inclusive alguns livros raros do século XIX). Os preços variavam de 1 euro por livro a até mais de 300 euros, no caso dos bem antigos e raros.
Fora livros, havia também estandes mostrando várias técnicas diferentes de encadernação manual de livros e alguns móveis e utensílios de escrita, como este aqui abaixo:
Passei cinco horas na minha maratona literária e voltei para casa com uma sacola cheia. Agora vou curtir os meus livros.
Até a próxima
Stanze
A minha aventura começou às 10:00 da manhã ao pegar um trem lotado em um Domingo ensolarado. Só isso já dá uma idéia do quanto a feira e os livros atraem as pessoas. Fico feliz. Há gente de todas as idades, algumas com sacolas e outras com malas que voltarão para casa cheias de livros.
Chegada à estação de Deventer |
A "trilha do ouro" era indicada por placas |
Além da feira, a cidade de Deventer também atrai por suas construções bem trabalhadas.
Em 6 quilômetros de cidade, à beira do rio, estendiam-se 878 estandes de livros dos mais variados, de revistas em quadrinhos a livros de bolso, de romances da Barbara Cartland a clássicos antiquíssimos (inclusive alguns livros raros do século XIX). Os preços variavam de 1 euro por livro a até mais de 300 euros, no caso dos bem antigos e raros.
Fora livros, havia também estandes mostrando várias técnicas diferentes de encadernação manual de livros e alguns móveis e utensílios de escrita, como este aqui abaixo:
Em cima do móvel há um globo com tinta e uma caneta tinteiro |
Passei cinco horas na minha maratona literária e voltei para casa com uma sacola cheia. Agora vou curtir os meus livros.
Até a próxima
Stanze
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