Recentemente terminei mais um livro de James Michener, Os Rebeldes (original em inglês, The Drifters). Embora este último não tenha sido um dos meus prediletos, a obra de Michener me fascina pelo tanto que se aprende com seus livros.
Esse escritor norte-americano, falecido em 1997, aos 90 anos de idade, escreveu mais de 40 livros e tornou-se famoso pelas pesquisas aprofundadas que realizava ao escrever seus romances.
Suas obras são caracterizadas pela história de sagas e gerações em determinada época ou localização geográfica, nas quais o autor incorpora elementos históricos reais. Em Havaí, por exemplo, o próprio arquipélago é um dos personagens principais do livro, que começa com a explosão vulcânica submarina que criou as ilhas. Baía de Chesapeake nos traz fatos interessantíssimos sobre os indígenas norte-americanos. Polônia nos leva ao passado daquele país e nos conta a sucessão de invasões e reconquistas que sofreu ao longo de sua história.
James Michener foi abandonado quando criança e adotado por uma viúva quaker chamada Mabel Michener. Embora pobre, a sua mãe adotiva adorava livros e passou esse gosto para o pequeno Michener. Aos 20 anos, o escritor já havia conhecido quase todos os estados dos Estados Unidos, experimentando diferentes tipos de emprego. Ganhou uma bolsa de estudos para a Escola Swarthmore e se formou com altas referências. Cursou a Universidade St. Andrews, na Escócia, e tornou-se posteriormente Professor Assistente de História na famosa Universidade de Harvard.
Além da parte histórica que seus livros trazem, vários assuntos temáticos também são explorados. Em Os Rebeldes, a geração hippie da era da guerra do Vietnam e seus conceitos é explorada ao acompanharmos as aventuras, viagens e desventuras de 6 jovens através de vários locais considerados "cult" da Europa naquele tempo: Espanha, Portugal, Marrocos e Moçambique.
Considerando-se que o livro foi publicado em 1971 é interessante conhecermos o pensamento dos jovens adolescentes daquela época e visualizar os lugares ermos aos quais eles viajam, como por exemplo, o Algarve em Portugal, e comparar com a realidade atual. Romances históricos são particularmente atraentes quando se conhece pessoalmente o lugar descrito neles.
Vários exemplos de um autor como Michener devem ser seguidos por escritores aspirantes:
1 - nada é impossível. Michener foi abandonado quando criança e teve uma infância pobre. Entretanto, tornou-se um autor renomado, viajou por diversos locais, foi professor de uma das Universidades mais famosas do mundo e ganhou um Prêmio Pulitzer;
2 - pesquisa é essencial. Um romance histórico, mesmo que não contenha fatos reais, deve levar o leitor ao tempo da história, seja através das roupas, das tradições, mas também, e principalmente, através da maneira de falar e se expressar de seus personagens.
Para quem gosta de conhecer fatos históricos envolvidos ao mesmo tempo com uma boa narrativa, experimentem Michener.
Até a próxima,
Stanze
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