sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um contador de histórias

Recentemente terminei mais um livro de James Michener, Os Rebeldes (original em inglês, The Drifters). Embora este último não tenha sido um dos meus prediletos, a obra de Michener me fascina pelo tanto que se aprende com seus livros.  

Esse escritor norte-americano, falecido em 1997, aos 90 anos de idade, escreveu mais de 40 livros e tornou-se famoso pelas pesquisas aprofundadas que realizava ao escrever seus romances.  

Suas obras são caracterizadas pela história de sagas e gerações em determinada época ou localização geográfica, nas quais o autor incorpora elementos históricos reais. Em Havaí, por exemplo, o próprio arquipélago é um dos personagens principais do livro, que começa com a explosão vulcânica submarina que criou as ilhas. Baía de Chesapeake nos traz fatos interessantíssimos sobre os indígenas norte-americanos. Polônia  nos leva ao passado daquele país e nos conta a sucessão de invasões e reconquistas que sofreu ao longo de sua história.

James Michener foi abandonado quando criança e adotado por uma viúva quaker chamada Mabel Michener. Embora pobre, a sua mãe adotiva adorava livros e passou esse gosto para o pequeno Michener. Aos 20 anos, o escritor já havia conhecido quase todos os estados dos Estados Unidos, experimentando diferentes tipos de emprego. Ganhou uma bolsa de estudos para a Escola Swarthmore e se formou com altas referências. Cursou a Universidade St. Andrews, na Escócia, e tornou-se posteriormente Professor Assistente de História na famosa Universidade de Harvard. 

De suas experiências na guerra, nas Ilhas Salomão, originou-se seu primeiro livro, Contos do Pacífico Sul, que enviou anonimamente para um editor com o qual havia trabalhado, e que terminou por lhe dar o Prêmio Pulitzer em 1947, e tornar-se um musical de sucesso por anos consecutivos na Broadway.

Além da parte histórica que seus livros trazem, vários assuntos temáticos também são explorados. Em Os Rebeldes, a geração hippie da era da guerra do Vietnam e seus conceitos é explorada ao acompanharmos as aventuras, viagens e desventuras de 6 jovens através de vários locais considerados "cult" da Europa naquele tempo: Espanha, Portugal, Marrocos e Moçambique.

Considerando-se que o livro foi publicado em 1971 é interessante conhecermos o pensamento dos jovens adolescentes daquela época e visualizar os lugares ermos aos quais eles viajam, como por exemplo, o Algarve em Portugal, e comparar com a realidade atual. Romances históricos são particularmente atraentes quando se conhece pessoalmente o lugar descrito neles.

Vários exemplos de um autor como Michener devem ser seguidos por escritores aspirantes:
1 - nada é impossível. Michener foi abandonado quando criança e teve uma infância pobre. Entretanto, tornou-se um autor renomado, viajou por diversos locais, foi professor de uma das Universidades mais famosas do mundo e ganhou um Prêmio Pulitzer;
2 - pesquisa é essencial. Um romance histórico, mesmo que não contenha fatos reais, deve levar o leitor ao tempo da história, seja através das roupas, das tradições, mas também, e principalmente, através da maneira de falar e se expressar de seus personagens.

Para quem gosta de conhecer fatos históricos envolvidos ao mesmo tempo com uma boa narrativa, experimentem Michener.

Até a próxima,
     
Stanze   

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