sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

E que caia o pano

Estava comentando esta semana no Facebook os motivos pelos quais eu gosto das novelas brasileiras. Além do fato de morar fora do Brasil e a novela servir para me aproximar um pouco da minha própria cultura e raízes, eu adoro teatro. Para mim, a novela é um teatro televisionado. Logicamente que assistir a uma peça no teatro não se compara a uma novela na telinha mas, como se diz, quem não tem cão caça com gato.

A biblioteca da minha avó possuía, além dos milhares de romances, algumas peças de teatro. É claro que entre elas não poderia faltar Shakespeare, cuja coleção completa eu herdei, mas havia três autores que me chamavam especialmente a atenção. Um era Tenessee Williams, o outro era Ibsen e o terceiro Beckett.

Ibsen seja talvez dos três o mais conhecido por sua obra Casa de Bonecas, mas era Beckett quem me fascinava com o diálogo absurdo de Vladimir e Estragon em Esperando GodotSamuel Beckett era um dos autores que Martin Esslin apontou como representante do que ele chamou de Teatro do Absurdo.

Tenessee Williams, além do nome que eu já considerava exuberante, foi o autor de obras de títulos intrigantes, como Um Bonde Chamado Desejo e Gata em Teto de Zinco Quente, ambas transformadas em filmes, a primeira tendo Marlon Brando como protagonista e a segunda Paul Newman e Elizabeth Taylor. No Brasil várias dessas peças foram ao teatro, encenadas por atores como Leonardo Villar e Walmor Chagas, por exemplo.

Uma peça teatral possui basicamente as mesmas características de qualquer obra literária: personagem(ns), enredo, conflito e resolução (absurda ou não). O forte da dramaturgia é o diálogo ou monólogo e isso se apresenta bem característico quando a parte descritiva serve somente para dar referência à cena. A obra teatral é feita para ser vista mais do que lida.

Poucas pessoas lêem teatro hoje em dia, mas eu aconselho principalmente àqueles que desejam escrever romances ou contos, que o façam. A peça teatral ajuda a desenvolver a força do diálogo, tão importante nas obras literárias.

Para terminar o Inspiracionando de hoje eu reproduzo uma frase de Blanche, de Um Bonde Chamado Desejo: "Eu não quero realismo, eu quero mágica".

Até a próxima

Stanze

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