A guerra, principalmente a II Guerra Mundial, tem sido assunto de muitos contos e romances, alguns reais, vários fictícios. A geração dos meus pais viveu a II Guerra como adolescente e, com olhares inocentes de quem via a guerra de longe, meu pai era um devorador de todos os assuntos relacionados à matéria. Esse gosto passou para mim e recentemente li um livro de crônicas de Joel Silveira, O Inverno da Guerra, editado pela Objetiva, como parte de uma coleção chamada Jornalismo de Guerra.
Joel Silveira foi correspondente brasileiro na Itália, enviado por Assis Chateaubriand como repórter pelos Diários Associados, durante os anos de 1944-45. O livro é composto de várias crônicas e artigos, em tons variados, contando a tragédia da guerra, mas com doses de humor e leveza, que Joel enviava ao Brasil do front italiano. A experiência na Itália mudou a vida do jovem repórter que, como ele mesmo diz, chegou "à Itália com 26 anos e voltei com 40, embora lá só ficasse pouco mais de oito meses. Ao contrário do poeta, não foi exatamente por delicadeza que naqueles quase nove meses perdi parte de minha mocidade, ou o que restava dela."
Alistair MacLean é um veterano em escrever romances passados na guerra. De seus livros vários filmes foram feitos, como Os Canhões de Navarone, O Desafio das Águias, a Força 10 de Navarone, e muitos outros. Seus romances são histórias de ação, aventura e heroísmo. Um link com sua bibliografia e sinopses pode ser encontrado aqui. (em inglês).
É calro que, falando da II Guerra não se poderia deixar de mencionar o drama judeu. Em Holocausto, Gerald Green relata, com base em várias pesquisas, os terríveis fatos acontecidos nos campos de concentração de Babi Yar, Sobibor e Auschwitz. Seu livro virou uma série da NBC em 1978 e somente nos EUA alcançou uma audiência de 120 milhões de espectadores.
Bem menos impressionante e em linhas mais suaves temos também O Menino do Pijama Listrado que narra a história de um garoto, filho de um comandante nazista de um campo de extermínio, que se torna amigo de um garoto judeu. O pijama listrado se refere ao uniforme que os judeus tinham que usar nos campos e nesses termos fantasiosos o garoto alemão não percebe a dura realidade que é o trabalho do seu pai.
Morando na Holanda eu não poderia, é claro, deixar de citar aqui um dos livros mais chocantes de todos aqueles escritos sobre a II Guerra. O Diário de Anne Frank é um nó na garganta. O diário da adolescente alemã que se refugiou com a família no anexo secreto do escritório de seu pai, em Amsterdam, não fala diretamente dos horrores físicos da guerra. Pior, fala dos horrores psicológicos de um resto de vida vivido às escondidas, com medo e restrições, muito embora retratado nas palavras doces e curiosas de uma adolescente. A casa é hoje um museu e o seu diário se encontra lá. É possível dar uma olhada virtual no anexo através deste link (em várias línguas): http://www.annefrank.org/nl/
Termino o artigo de hoje com as palavras de Joel Silveira: "A guerra, repito, é nojenta. E o que ela nos tira (quando não nos tira a vida) nunca mais nos devolve."
Até a próxima
Stanze
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