sexta-feira, 24 de junho de 2011

Como criar algo novo?

A idéia desse título me veio de uma fonte: um seriado de TV.

Muitas vezes quando vamos escrever sobre algo nos perguntamos: o que há mais para se criar que ainda não foi contado em termos de literatura? Minha resposta é: tudo. Quando o que escrevemos já foi de uma certa maneira escrita por outro autor o simples truque é mudar algo no personagem, na relação dele com outros personagens, na localização da história, nos anti-personagens, enfim, há várias possibilidades de criar algo inédito a partir do que já existe.

Recentemente descobri esse seriado de 2003 no Youtube. Chama-se: Veritas the Quest. Vou citar alguns elementos desse seriado que com certeza vão fazer com que se lembrem de um filme e personagem famosos. Em Veritas a trama rola em torno de um arqueólogo, professor universitário, que vai em busca de peças raras do passado. Nessa busca ele enfrenta pessoas ou grupos que querem se apoderar dos artifatos para utilizá-los como fonte de poder e opressão.

Com quem se parece esse enredo? Indiana Jones, é claro. Até a busca de uma caveira de cristal conhecida e cobiçada pelos neo-nazistas é enredo de um dos episódios do seriado. O que há de novo então? Pequenos detalhes: o professor/arqueólogo é o líder de um grupo chamado Veritas que tenta desvendar segredos da antiguidade. A relação entre o professor e seu filho adolescente também é diferente e atrai no filme. Existem outras diferenças sutis, muito embora, a grosso modo, o enredo seja muito parecido com as aventuras de Indiana.

Agora pergunto: com tantas coisas semelhantes haveria audiência para esse seriado? Parece que sim. Por ter sido lançado na época da invasão do Iraque e ter perdido o horário pelas transmissões daquela guerra nos Estados Unidos o seriado ficou somente com 13 episódios, mas a reação das pessoas na rede social é descontentamento pelo cancelamento da série.

Quando um enredo é interessante - e relações interpessoais são sempre interessantes - há leitores ávidos a ler a mesma história várias e várias vezes. Para mim, a mágica reside, acima do enredo, no personagem. Quantas e quantas histórias de policiais existem? E quantas têm um detetive como o Sargento Malcolm Ainslie, de Arthur Hailey, em Detetive?

Quantas Alices e Dorothys não existem na literatura e, mesmo assim, serem essas personagens - e tantas outras - independentes e únicas? Alice vai parar no País das Maravilhas e lá encontra personagens estranhos. Dorothy vai parar em Oz (nada a ver com a Austrália) e lá encontra personagens estranhos.

Uma pequena mudança em algo já existente pode criar um novo mundo com dimensão e características próprias. Se tiverem oportunidade (e souberem inglês) procurem Veritas the Quest no Youtube. Lá estão os 13 episódios. Vale a pena!

Até a próxima,
Stanze  

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